O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) anunciou, nesta quarta-feira (3), uma redução histórica nos incêndios florestais do DF durante a Operação Verde Vivo 2025. Entre maio e agosto, a área atingida pelo fogo caiu 70% em relação ao mesmo período de 2024, passando de 10.720 hectares para 3.226 hectares. O número de ocorrências também diminuiu, de 4.889 para 4.311 — uma queda de 12%.
Segundo o coronel Leonardo Raslan, comandante do CBMDF, o resultado é fruto de planejamento estratégico, resposta rápida e do uso intenso de tecnologia, aliados à participação da população. “Proteger o Cerrado e salvar vidas depende do trabalho das equipes e do engajamento da população, denunciando focos de incêndio e evitando queimadas”, afirmou Raslan.
A operação conta com 956 bombeiros dedicados, capazes de mobilizar até 600 profissionais em menos de duas horas para enfrentar incêndios de médio e grande porte. Doze bases avançadas foram instaladas em pontos estratégicos, como Brazlândia, São Sebastião e Gama, garantindo resposta rápida e descentralizada.
Além de viaturas florestais, caminhões, veículos leves e equipamentos de combate, a corporação utiliza helicópteros, aviões, drones, câmeras com inteligência artificial e satélites para monitorar áreas vulneráveis e detectar focos de calor em tempo real. Linhas d’água e abafadores auxiliam no controle das chamas.
Resultados mês a mês comprovam eficácia da operação
* Maio: 221 ocorrências (-48%) e 366 hectares queimados (-41%)
* Junho: número de registros estável, mas área atingida caiu 81%
* Julho: 1.566 chamados (-2%) e redução de 73% da extensão queimada
* Agosto: 1.715 ocorrências (-17%) e diminuição de 68% da área impactada
Três fases estratégicas da Operação Verde Vivo
A operação segue um planejamento estruturado em três fases:
Preparação e prevenção: capacitação de bombeiros, planejamento logístico e campanhas educativas à população.
Combate intenso: ação rápida e estratégica em regiões críticas, com uso de tecnologia e mobilização ágil das equipes.
Avaliação final: análise dos resultados para aprimorar futuras edições e ajustar estratégias de combate e prevenção.
Além disso, a operação promove resgate de fauna silvestre e proteção das cinco áreas de biosfera do DF, reduzindo impactos ambientais e fortalecendo a conservação do Cerrado.
O CBMDF reforça que 90% dos incêndios têm origem humana, tornando essencial a colaboração da população na prevenção e na denúncia de focos de fogo. Apesar dos avanços, trotes ao número 193 ainda acontecem, em média, 18 vezes por dia, prejudicando a eficiência das equipes.
“Nosso objetivo não é apenas apagar o fogo, mas consolidar uma cultura de cuidado e preservação do Cerrado. Cada ação consciente da população faz diferença para salvar vidas e proteger nosso bioma”, concluiu o coronel Raslan.