O governador Ronaldo Caiado (UB) rebateu, nesta quinta-feira (7), os dados do levantamento “Floresta do Pó”, que apontam Goiás como o estado com o maior número de laboratórios de cocaína no país. De acordo com o estudo, elaborado pelo Instituto Fogo Cruzado em parceria com outras organizações, foram identificadas 125 estruturas clandestinas no território goiano — número quase três vezes superior ao registrado no Amazonas, segundo colocado.
Durante entrevista coletiva concedida no 1º Fórum Militar Nacional de Policiamento Especializado, em Goiânia, Caiado afirmou que o relatório não reflete a realidade local e tenta “desqualificar” o trabalho das forças de segurança do Estado.
“Esse é um instituto que tenta desqualificar os estados. O refino de cocaína em larga escala ocorre na Amazônia, onde atuam facções como o PCC e o Comando Vermelho. O que temos em Goiás são casos pontuais, de fundo de quintal, com produção artesanal”, afirmou o governador.
Caiado reforçou que as forças policiais goianas mantêm ações permanentes de investigação e repressão ao tráfico, mas destacou que os episódios registrados se referem a pequenas operações isoladas.
“São estruturas rudimentares, nada comparável aos grandes laboratórios existentes em outras regiões. Cada ocorrência é investigada, e os responsáveis têm sido presos com rapidez”, disse.
O fórum nacional, que reúne representantes de 21 estados e mais de 100 policiais militares, discute a integração das forças de segurança e o enfrentamento qualificado ao crime organizado.
O levantamento “Floresta do Pó” mapeou 550 laboratórios clandestinos de cocaína em todo o país, com base em dados de órgãos de segurança estaduais e federais obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI). As unidades foram classificadas conforme a função — refino ou adulteração — e o porte da operação, entre atacado e varejo.
Segundo Caiado, os números apresentados não condizem com a realidade de Goiás, que, segundo ele, mantém índices de criminalidade em queda e continua sendo referência nacional em eficiência policial.
