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Izalci propõe CPI contra o BRB, ecoa discurso da esquerda e é criticado por enfraquecer o DF

A mais recente iniciativa do senador Izalci Lucas (PL-DF) tem causado desconforto até entre aliados de sua própria base política. Ao anunciar, nesta semana, a intenção de protocolar um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a tentativa de aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), o parlamentar reviveu um discurso já conhecido da oposição — e colocou em xeque seu alinhamento com os interesses do Distrito Federal.

A proposta de CPI, ainda sem fatos concretos ou indícios de irregularidades, surge num momento em que a operação entre os dois bancos ainda está em fase de análise pelo Banco Central (BC), que é o órgão responsável por avaliar a viabilidade técnica e legal de transações financeiras desse porte. Especialistas e membros do setor financeiro alertam que qualquer tentativa de politizar um processo que deveria ser exclusivamente técnico pode causar instabilidade e comprometer a credibilidade das instituições envolvidas.

O BRB, nos últimos anos, se consolidou como uma das instituições financeiras mais promissoras do país, com atuação nacional e resultados robustos. O banco se tornou motivo de orgulho para o DF, inclusive contribuindo com ações sociais e investimentos estratégicos. Ao levantar suspeitas públicas sobre a gestão da instituição, Izalci fragiliza não apenas o banco, mas a imagem da capital federal diante do mercado.

A movimentação do senador também expõe uma contradição política. Conhecido por se apresentar como aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Izalci agora reverbera críticas semelhantes às feitas por figuras da esquerda, como a deputada Erika Kokay (PT) e o ex-interventor Ricardo Cappelli (PSB). A aproximação retórica com adversários históricos levanta dúvidas sobre seus reais objetivos: defender Brasília ou apenas garantir visibilidade política em ano pré-eleitoral?

Nos bastidores, avalia-se que Izalci busca reposicionar-se politicamente de olho nas eleições de 2026, tentando se firmar como opção ao Governo do DF. No entanto, sem o apoio declarado do bolsonarismo, que hoje tende a apoiar a vice-governadora Celina Leão (PP), o senador parece agir por conta própria — mesmo que isso signifique atacar uma das instituições mais relevantes para a economia local.

A reação de parte da classe política e da sociedade civil é clara: Brasília precisa de líderes comprometidos com o desenvolvimento da cidade, e não de iniciativas que jogam luz sobre narrativas vazias e interesses pessoais. Propor uma CPI sem base técnica e sem evidências sólidas é, no mínimo, irresponsável — e, no máximo, um desserviço ao Distrito Federal.

Redação
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