No dia 27 de julho, comemora-se o Dia do Pediatra – data estipulada para homenagear os profissionais da medicina que se dedicam à saúde das crianças. Celebrada no mesmo dia que o aniversário da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a ocasião exalta esses especialistas que exercem a importante função de acompanhar o desenvolvimento humano desde o nascer até o início da vida adulta, além de garantir o bem-estar e a qualidade de vida das crianças.
“Quando você é pediatra, está moldando a criança para o futuro, ajudando a criar pessoas que podem, amanhã, mudar o mundo; é assim que vejo a pediatria: como esperança”, são as palavras encontradas por Raquel Caixeta, nefrologista pediátrica e responsável técnico da hemodiálise no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). A especialista, que participou da primeira turma de residência médica do HCB, acredita que as experiências vividas na instituição ajudaram a definir o jeito como atua.
Segundo Caixeta, a opção de seguir carreira na medicina surgiu do gosto por cuidar de pessoas; já dentro do ambiente acadêmico, encantou-se, especificamente, com a pediatria. “Eu acho muito curioso como a gente aprende com elas. Às vezes, as pessoas acham que a criança é muito sensível ou frágil, mas acho que é o contrário: elas são muito mais fortes do que a gente imagina”, complementa a pediatra.
Também na época do ensino superior, Kallyne Morato, coordenadora da equipe de nefrologia do hospital, viu-se cativada pela pediatria ao observar a atuação de alguns de seus professores na Universidade de Brasília (UnB), onde se graduou. Para ela, ser pediatra é acompanhar pacientes e famílias durante todas as etapas do desenvolvimento infantil, desde a gestação até o fim da adolescência, o que gera uma proximidade entre as partes. “Você vai lidar com situações complexas, diversos cenários que não foram abordados na faculdade, então é um aprendizado constante”, alerta a especialista, como conselho para futuros profissionais da área.
Embora imprescindível, a pediatria apresenta situações de grande tensão para aqueles que escolhem exercê-la, uma vez que trabalhar com vidas infantis é uma experiência muito volátil. A atuação pediátrica requer firmeza para lidar com casos que, muitas vezes, podem desestabilizar o profissional. “Às vezes me perguntam como consigo ser pediatra e nefrologista ao mesmo tempo, se não é uma profissão muito triste – de fato, lidamos com histórias tristes nesse ramo -, mas alguém tem que fazer isso por elas, afinal, são crianças que merecem a maior qualidade de vida possível”, conta Caixeta.
Colega de Raquel, Kallyne evidencia que, por mais difícil que seja, a especialidade oferece um grandes sentimentos de realização. “A criança pode adoecer e piorar muito rápido, mas ela também tem uma recuperação mais veloz – e ver seu trabalho, causar melhorias na saúde de um paciente, gera uma grande satisfação pessoal e profissional, é muito gratificante”, explica Morato.
Homenagens
Para comemorar a data, diretores do Hospital da Criança de Brasília visitaram os pediatras em seus postos de trabalho, homenageando os profissionais. “É uma alegria ver pessoas que começaram no Hospital de Base e que continuam aqui, e também ver pessoas que chegaram para se unir à missão do hospital”, afirmou a gastroenterologista pediátrica e diretora clínica do hospital, Elisa de Carvalho, relembrando a história da criação do HCB.
A oncohematologista pediátrica e diretora técnica Ísis Magalhães parabenizou os médicos que começaram a trabalhar no hospital há menos tempo e os estimulou a se integrar na missão do HCB: “Vemos muitas pessoas novas, mas viemos de uma longa jornada e esperamos isso: que os jovens se apoderem disso e levem em frente esse projeto”.
Além de receber os parabéns dos diretores, os pediatras celebraram sua data com cupcakes especiais. “Essa é uma lembrança simples do nosso reconhecimento e da nossa gratidão. Que possamos dar saúde para o paciente que assistimos, mas que também seja um prazer trabalhar aqui”, disse Elisa de Carvalho.
Os cupcakes também adoçaram o café da manhã dos pediatras, promovendo um momento de conversas entre os profissionais e dando força para o dia de trabalho. Para o médico patologista pediátrico Pedro Henrique Pinto, a ação trouxe a sensação de pertencimento e de se sentir querido. “O perfil de quem se dedica ao cuidado das crianças é muito especial; são muitas particularidades pessoais, muitos sacrifícios feitos para atender melhor essas pessoas. Ser lembrado por isso, ser reconhecido, é uma coisa que dá muito calor, renova as energias e motiva muito para continuar nesse caminho”, relatou o patologista.
Segundo a neurologista pediátrica do HCB Flávia Delgado, a profissão também tem desafios, especialmente quando se tratam de pacientes com doenças e tratamentos, por vezes, agressivos. “Ainda assim, penso que essa dificuldade não chega nem perto da alegria que é conviver com essas crianças e adolescentes. Esses momentos que temos e que às vezes são tão breves, de participar da vida desses indivíduos, desses seres humanos em desenvolvimento das suas capacidades sem as limitações que a gente tem como adulto… É muito gostoso, para mim, esse dia a dia; é muito bom participar, assim, do desenvolvimento e dos aprendizados que acabam sendo mais meus que deles”, garantiu a pediatra.
*Com informações do HCB
Fonte: Agência Brasília