Consagrados campeões no Bombeiros Challenge Brasil 2024, os atletas do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) já estão focados na próxima disputa internacional, o World Firefighters Games (WFG), a ser disputado na Dinamarca de 7 a 14 de setembro e considerado a maior competição mundial de bombeiros.
A corporação participa da competição internacional desde 1996, sempre com destaque. São mais de 40 modalidades, abrangendo esportes como natação, judô, taekwondo, xadrez, luta livre e até culinária. Mas o foco da equipe está na modalidade Toughest Firefighter Alive (TFA), também conhecida como “Bombeiro Durão” pela equipe brasileira.
Nessa categoria, 250 competidores do mundo inteiro executam atividades de aptidão física semelhantes ao trabalho cotidiano de um bombeiro, como puxada de mangueira, escalada de parede, corrida de escadas com peso e rastejamento em túnel, entre outros circuitos. A preparação da equipe brasiliense é intensa desde a seletiva do início do ano, com atividades no Centro de Treinamento Operacional do CBMDF (Cetop) seis dias por semana, aproveitando as horas de folga dos militares.
Segundo o líder da modalidade e supervisor da equipe, o subtenente Bernardo Viegas, a corporação costuma competir em provas consideradas relacionadas ao que os bombeiros fazem no cotidiano. “Quando a gente chega a uma cena de incêndio, por exemplo, uma das primeiras providências é efetuar o desligamento da energia elétrica da edificação, então a gente nunca vai ter elevadores disponíveis. Logo, a subida de escada com pesos é uma coisa extremamente relacionada à nossa profissão”, ressalta o militar.
Viegas explica que apenas o uniforme contra incêndio do bombeiro já pesa entre 15 kg e 20 kg. Isso ainda é somado à carga que eles acrescentam para fazer o percurso da prova durante os treinos específicos, que passam por quatro etapas e são complementados por outros três dias de treinos cardiovasculares que trabalham força, potência e resistência.
Suporte da corporação
Entre os oito bombeiros do DF que compõem o time que representará o país nos jogos mundiais, está a sargento Luiza Velho, 41, que foi nove vezes campeã mundial na modalidade TFA. Ela mostra confiança, acentuando que a torre do centro de treinamento que a equipe tem utilizado nos treinos é bem parecida com a que será base das provas na Dinamarca. Além disso, a bombeira destaca a importância do apoio que a equipe recebe do CBMDF, que custeia as passagens e diárias para que os militares tenham condições de competir e também conciliar o trabalho com os treinamentos.
“A gente tem tido muito suporte da corporação, tanto econômico quanto de divulgação. A estrutura daqui está sempre liberada para a gente treinar. É uma prova bem pesada, mas estamos muito confiantes porque a gente adquire muita carga e experiência entre uma competição e outra. A gente está com material, preparo físico e uma equipe técnica boa”, declara.
Para Luiza, o retorno positivo que as competições trazem é aplicado diretamente no atendimento que os bombeiros realizam para a população: “Nossa atividade exige capacidade física o tempo todo, como se fosse nosso primeiro equipamento de proteção individual. Uma competição exige muito do nosso físico e mental, que caminham juntos na nossa profissão. Estar treinando para essas competições traz um atendimento de nível mais elevado como profissionais capacitados e isso nos motiva bastante”.
Brasília no pódio
Os atletas do CBMDF já conquistaram oito pódios em torneios mundiais – entre eles, o sediado na Arábia este ano e outro em Portugal, no ano de 2022.
“Equipes da República Tcheca, Estados Unidos e Alemanha ficaram atrás de nós, nosso trabalho tem tido muito resultado. A gente está conseguindo colocar em prática o que treina e Brasília está conquistando um lugar muito bom no pódio”, observa o 3º sargento José Ribamar de Lima Neto, 34, que foi campeão em diversas edições, tanto na categoria geral quanto em equipe.
O militar frisa que as provas visam testar as habilidades em ocorrências de salvamento e combate a incêndio, de modo que um bombeiro precisa fazer o trabalho que normalmente é realizado por uma guarnição de quatro a cinco pessoas. Vence quem fizer isso no menor tempo e dentro das regras.
“Ao competir, nós estamos aprimorando nossa condição técnica e física para atender melhor aos cidadãos. Para mim agregou bastante, tanto na minha vida como bombeiro quanto na minha na pessoal, porque tive um desenvolvimento físico e mental em relação à minha capacidade, o que vai refletir dentro e fora da corporação. A gente sempre está se desafiando, se superando e aumentando a resiliência nas situações do cotidiano”, reforça Ribamar.
Fonte: Agência Brasília