A pouco mais de duas semanas das eleições para a presidência da OAB/DF, começa a temporada das pesquisas fabricadas para favorecerem este ou aquele candidato, retomando velhas práticas, tais como aumentar o número de questionários para, depois, selecionar aqueles que mais interessam aos resultados manipulados.
A recente pesquisa da Conectar Pesquisas e Inteligência, nitidamente tendenciosa para Paulo Maurício Siqueira, o “Poli”, revela efeito contrário e desconforto. Manipulada para artificialmente apresentá-lo como favorito, na realidade, expõe sua extrema fragilidade, deixando-o acuado no “córner” do ringue. Contudo, a verdade é que esta pesquisa claramente “fake” não representa o sentimento verdadeiro da advocacia hoje.
Desnecessária a análise, mas evidente aos olhos que apenas um em cada quatro advogados opta pelo nome de Poli, revelando uma insatisfação maciça com a atual gestão, da qual ele faz parte. Os números elevados atribuídos a Poli, chapa 01, que supostamente representam um quarto dos advogados, indicam o máximo de apoio que ele pode alcançar. Isso deixa claro que 75% dos advogados estão insatisfeitos ou buscando uma alternativa. Esse desconforto com a gestão atual é um dado alarmante para a campanha de Poli. Dos 75% restantes, 45% dos advogados já se posicionaram contra a continuidade da gestão atual, enquanto os outros 21% estão desconfortáveis e indecisos, aguardando o momento certo para se posicionarem.
Tudo isso levando em conta que os dados apresentados sejam fidedignos — o que, convenhamos, está muito longe de ser verdade. Diferente do número de 21% apresentado para indecisos, a maioria dos levantamentos aponta que esse índice orbita em 40%, o que está em linha com as eleições anteriores.
Nas últimas semanas, os advogados têm sido incessantemente abordados com pesquisas para todos os gostos, tendenciosas e manipuladoras, mas o que se pode depreender da movimentação das eleições são índices e posições diferentes. No topo da tabela, a candidatura de Poli vem patinando há tempos entre 18 e 22 pontos, enquanto, na rabeira, a de Karol Guimarães, chapa 99, apresenta crescimento constante, alcançando entre 9% e 13% das intenções de voto, diferentemente dos 6% que tentam atribuir a ela na pesquisa em questão.
A maximização da intenção de votos em Poli visa claramente inflar sua candidatura, enquanto a minimização de Karol Guimarães, candidata anti-sistema que desafia a atual gestão, tem como objetivo impedir a sua real possibilidade de angariar milhares de votos que hoje se encontram encobertos no índice de 40% de indecisos.
Esses votos ocultos indicam que muitos advogados, insatisfeitos com a atual administração, preferem não declarar sua intenção publicamente, mas estão prontos para fazer uma escolha decisiva nas urnas. Esse movimento de insatisfação e expectativa de mudança pode se intensificar nos últimos dias da campanha, inclusive com um possível movimento de “voto útil”, transformando-se em um verdadeiro “tsunami” contra os laranjas.
Em síntese, a pesquisa manipulada reflete o desespero da situação em tentar conter uma insatisfação generalizada. A verdade é que 75% da advocacia não está satisfeita com a atual gestão, e esse é o dado mais forte que a pesquisa revelou, mesmo que de maneira indireta.
Da Redação.